sábado, 2 de maio de 2009

SOBRE A GRIPE SUÍNA


Mais uma vez observamos que ainda vivemos em uma espécie de pré-história permanente. A forma como está sendo divulgada essa suposta epidemia da gripe suína reafirma, como nós seres humanos, somos mesquinhos e tolos.Milhões morrem todos os anos de malária na África, na América Latina e em grande parte da Ásia, por exemplo, e ninguém coloca esse assunto nas primeiras páginas dos jornais. Mas a partir do momento que um novo vírus ultrapassa os limites dos países em desenvolvimento, entrando em território nobre, como EUA e Europa, a repercussão é totalmente diferente, quase 'hollywoodiana'.

A história mostra novamente que o cerne da preocupação não está sobre possíveis mortes de seres humanos. Mas sobre quais deles... Enquanto africanos, latinoamericanos e asiáticos estiverem morrendo em pontos isolados de suas respectivas regiões, o tratamento dos outros povos é indiferente. Mas quando as doenças e enfermidades 'desrespeitam' cercas eletrificadas e barreiras econômicas, o foco se transforma, da indiferença ao exagero em questão de segundos.E é a partir desse momento que os preconceitos, até então dissimulados e ocultos, tornam-se claros e visíveis. Os mexicanos estão sendo tratados como leprosos, não apenas pelo surto que atingiu seu país e ameaça potências econômicas mundiais, mas por serem simplesmente 'apenas' mexicanos. Ou seja, oriundos de um país fraco economicamente.

Então proponho uma reflexão: O governo colombiano proibiria a entrada de jogadores do Manchester United, por exemplo, caso o tal vírus fosse oriundo do norte da Europa? Ou então proibiria a realização de uma partida envolvendo os astros da NBA, caso a tal gripe tivesse como foco terras da América Anglo-Saxã?O ser humano evolui ao longo das eras. Sofisticou seu modo de vida, inventou coisas, desenvolveu-se cientificamente. Mas sua essência, enquanto 'humanos', permanece na pré-história... E é muito triste essa constatação...

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